sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Sobre o Soco e a Borboleta

Antes de mais nada, tudo. Porque, diferentemente dos ávidos antropófagos, já garantimos coisas demais . Por isso, se me falam ‘ponto’, pode ser final, g, nevrálgico, de encontro, de macumba, facultativo, de crochê, de ônibus, pacífico, de equilíbrio, aquele cara que segura a fecha dos atores, de exclamação, interrogação, de ebulição, morto, zero... Por isso, se me falam ‘dando’, pode ser dando zebra, dando de ombros, as costas, dando mancada, a volta por cima, mole, certo, a bunda, na vista, bandeira, tudo errado.. Essa é a história da borboleta que se apaixonou por um soco. O amor platônico de uma borboleta por um soco. E essa eterna sensação de estar comprando dinheiro, fritando frigideira, cavando pá, fotografando foto, amando o amor, odiando o ódio, trocando o que já se tem pelo que ainda se tem. Jáinda. Não se fazem mais antigamentes como futuramentes .


Michel Melamed.